e em maio, tantas vezes, morremos.
Tarde de Maio, C.D.A.
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Perdoando Deus, C.L.
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Perdoando Deus, C.L.
Ah, Sr. M., o que você me traz?
Vida nova, vida nova. Eu tô muito feliz
de voltar aqui, Sr. M..
Morre e re existe.
Sem resistência, sem medo. Já somos outro
e não carregamos tanto rancor
Lavamos a alma dos pés
sempre tão cansados, doloridos, machucados...
Renovamo-nos em outras águas, mornas
que é para alcançar o coração
Encerramos um ciclo.
Ah, quanto nos escutamos, Sr. M.,
na verdade, só você me escutou!,
você sabe demais de mim e eu tão pouco
de você
de mim
Renasci numa primavera fictícia,
dessas pintadas por Drummond em seus poemas...
Homens primitivos Instintos primitivos ainda me afugentam
embora façam parte de mim
me sei tão pouco neles
Nos enxergamos num ritual satírico
gozamos da morte, também primitiva,
demos alguns saltos e
encaramos nossas derrotas
É irreversível, como o senhor mesmo diz, Sr. M..
Sabe, Sr. M., eu preciso te contar só mais uma coisa
é que eu andei perdoando Deus.
Isso mesmo, eu aprendi a perdoar Deus
e morri
morri tranquilo
gozando, dessa vez, da liberdade de morrer
Nem houve testemunha
apenas alguns desatentos
primitivos como eu
tentando tapear a morte, tropeçando em ratos e escondendo
esse horror que às vezes sentimos
por nós mesmos
Foi importante aprender a perdoar, querido Sr. M,
perdoar e fechar o livro
sentindo o coração não mais puro, mas aberto
e olhando torto para essas vísceras, te confesso,
que de perto a carne crua não é nada mal.
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